Depois de mais de 8 décadas da fabricação de seu primeiro protótipo, o Fusca ainda é parte do desejo de consumo de muitos apaixonados por carros. Não se trata apenas de um item de coleção, mas, ainda é encontrado sem muita dificuldade no trânsito do país. Sua história é caracterizada por um ideal e, talvez por isso, tenha se tornado um veículo tão popular e desejado ao longo da história. Aliás, o fato de ter sido criado para cumprir um propósito popular foi também um impulso para a sua aceitação e crescimento no mercado.
A Criação
Seu primeiro protótipo foi uma criação cujo destinatário era o povo. Essa ideia partiu de Ferdinand Porsche, que veio a ser um dos maiores engenheiros automotivos da história. Ao criar, na Alemanha o primeiro protótipo do Fusca, não poderia imaginar que sua ideia se tornaria um dos carros mais famosos de todos os tempos. Porém, de início, o veículo foi batizado de kdf-wagen.
Seu criador não tinha dinheiro para a produção em massa do fusca, por volta de 1933. Entretanto, o governo alemão, com Adolf Hitler como entusiasta do projeto, se dispôs a investir 200 mil marcos para a fabricação de três protótipos. Sua intenção era mostrar ao mundo a superioridade tecnológica da Alemanha. O fato de estar patrocinando o projeto, permitiu que Hitler fizesse exigências. Assim, para atender o que seria as necessidades do povo, as sugestões de mudanças incluíam capacidade para dois adultos e três crianças, potência para velocidade média de 100 km/h, melhor consumo de combustível, refrigeração a ar e um preço possível às famílias da classe trabalhadora.
O Lançamento
Atendidas todas as exigências, foram criados e testados alguns protótipos. Porém, apenas apenas em meados de 1938 é que a produção em massa realmente foi iniciada. Essa produção inicial se deu, inclusive em três versões: sedã, sedã com teto solar e conversível. Porém, de início, ao invés de ser vendido para o povo, o modelo se transformou em veículo militar em virtude da Segunda Guerra Mundial. Assim, as 640 unidades produzidas inicialmente foram distribuídas para o partido nazista.
Somente com o fim da guerra, em 1945, a produção foi retomada. A partir daí, o Volkswagen, que só depois se chamaria Fusca, passou a ser utilizado em serviços considerados de primeira necessidade. No ano seguinte já haviam 10 mil exemplares em circulação. Num espantoso nível de crescimento, apenas dois anos depois esse número já havia mais que duplicado para, logo em seguida, ficar cinco vezes maior.
O Fusca no Brasil
Após o sucesso entre os países vencedores da guerra, a exportação para os demais países foi o caminho natural. No Brasil, a chegada do Fusca foi em 1950, quando também começou a ser fabricado em solo nacional pela Brasmotor. Porém, já em 1953, a própria Volkswagen assumiu a montagem do modelo ao se instalar no Brasil.
Ao longo do tempo o modelo passou por algumas alterações em seu design e estrutura. Desde as janelas traseiras e as novidades nas cores do acabamento interno até o câmbio de quatro marchas e os freios hidráulicos; o Fusca foi ganhando uma cara cada vez mais brasileira.
Versões emblemáticas como o Besouro, Cornowagem, Pé-de-boi, Fuscão, Bizorrão, e Fafá, fizeram parte da história do Fusca. Inclusive, dessas mesmas versões saíram modelos que se tornaram raríssimos e hoje são peças de colecionadores.
O Adeus
Para a tristeza de muitos, em 1986, o Brasil teve finalizada a produção do Fusca. Em seu lugar, novos modelos como o Santana e o Voyage passaram a ser produzidos. Sete anos depois, em 1993, o veículo voltou para a produção da Volkswagen, porém, sem muito sucesso. Assim, em 1996, antes de encerrar a produção definitivamente, o Fusca ganhou uma versão exclusiva chamada de Série de Ouro.