Na semana da mulher, nada mais propício do que relembrar os espaços sempre considerados masculinos que foram ocupados devidamente por uma mulher. Na verdade, mais do que devidamente, as mulheres provam ao longo da história que podem assumir qualquer posição que desejem, com maestria.
Assim como as demais áreas, o automobilismo também teve seu marco inicial da participação feminina. O nome Maria Teresa Filippis abriu espaço para tudo o que viria depois. Inclusive, ser a primeira piloto de F1 foi um marco para sua própria vida e para a história de todas as mulheres. Além de tudo, um passo importantíssimo na luta pela igualdade entre homens e mulheres.
Saiba tudo sobre Maria Teresa Filippis!
Carreira de Maria Teresa Filippis
Nascida em Nápoles, em 11 de novembro de 1926, Maria Teresa Filippis foi, não apenas uma piloto italiana, mas, a primeira mulher a pilotar um carro de F1. O início de toda a sua história nas pistas se deu ainda aos 22 anos, quando pretendia provar para os irmãos que era, sim, capaz de correr.
A bordo do Fiat 500 da família, a moça terminou a prova na 2ª posição e decidiu, a partir dali, que seria piloto. Seus esforços culminaram em sua participação como vice-campeão no campeonato italiano. A partir de então, a contratação pela Marseratti como piloto de testes a colocou na disputa da categoria máxima do automobilismo mundial. Nessa época, Juan Manuel Fangio conquistou seu quinto título mundial da F1. Com o sucesso da parceria, a equipe resolveu abraçar a ideia de ter em seu meio, uma figura feminina. Tendo trabalhado duro para se classificar em para cinco grandes prêmios, chegou a lograr êxito na classificação para três. Assim, chegou em seu auge de colocação em 1958, quando chegou em 10º lugar, na Bélgica.
Como piloto do time, Maria Teresa começou o ano de 1958. Inclusive, sua participação se deu com o mesmo carro que o argentino conquistou o pentacampeonato. Entretanto, a pesar de sua grande participação na Formula 1, Maria Teresa Filippis ainda chegou a ser impedida de correr pelo simples fato de ser mulher. Em 1958, o diretor de provas Toto Roche chegou a afirmar que uma moça tão bonita não deveria utilizar um capacete, a não ser que se tratasse de um capacete secador, daqueles disponíveis em salões de cabelereiros. Ao saber sobre o comentário do diretor, Maria Teresa ficou furiosa. Em declaração ela chegou a dizer que o esmurraria caso tivesse ouvido de perto.
Conforme suas próprias declarações, Maria Teresa corria por prazer. Para ela, o ambiente era familiar pois o corpo de pilotos reunia também seus amigos. Segundo ela, as relações entre os pilotos era diferente e muito mais cordial. Diferente das relações atuais que são dirigidas por ações e decisões dos patrocinadores.
Como Terminou Sua Carreira
Sua carreira durou pouco tempo. Já em 1959, a piloto abandonou as pistas em 1959, casou-se e teve uma filha no ano seguinte. A partir daí, o seu envolvimento, em 1979, com as pistas se deu através do International Club of Former F1 Grand Pix Drivers. O clube se tratava da união de Ex-pilotos da Formula 1. Lá, ela foi vice-presidente do clube, desde 1997, além de presidente do clube de Maserati.
Por ocasião de sua saída do mundo automobilístico, Maria Teresa afirmou que ver seus amigos morrer nas pistas foi um dos motivos. Como exemplos deles estão Luigi Musso, Peter Collins, Afonso de Portago e Mike Hawthorn. Depois de constituir família e se envolver mais indiretamente com o automobilismo, Maria Teresa Filippis faleceu, em 9 de janeiro de 2016. Na época, ela tinha uma filha, dois netos e morava perto de Milão, ainda na Itália.
O Legado de Maria Teresa Filippis
Apesar do seu curto tempo nas pistas, Maria Teresa abriu um caminho para conquistas que se desenvolveram ainda mais. Em um tempo onde era totalmente incomum a presença de mulheres em um campo tão masculino, ela foi o modelo de que há espaço para todos, sem que haja preocupações com o gênero. Suas conquistas fizeram com que todos soubessem que a capacidade e o talento não têm sexo. Mais ainda, a história de Maria Teresa prova o quanto é importante falar sobre a relação feminina com a igualdade.
A participação de Maria Teresa no automobilismo foi também a porta de entrada para uma discussão de teor mundial. A partir dali, as lutas que se formaram já tinham a base e o exemplo de um pequeno embrião na conquista dos direitos femininos. Ainda hoje, é possível perceber que o campo automobilístico ainda tende a ser masculinizado. Ainda há muito o que se alcançar até que se alcance a igualdade. Mas, histórias como essa fazem provar que, sim, é possível ocupar os espaços com dignidade, talento e muito respeito. E, claro, é possível mudar a história!
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